sexta-feira, 27 de julho de 2018

Papai

Queria tanto ser seu papai, mais que amigo, aí então mãe. Você me cantou e estamos juntos até hoje.
Triste é  quando não consigo olhar nos seus olhos.
Refaça-se! Minha vida  pode ser tão triste quanto a sua.
Bom seria receber algum tipo de afeto como troco seu, de alguém de todo mundo.

Hoje perguntei-me qual será o nome da faxineira, do flanelinha, do engraxate, da lavadoura de privada, da vendedora de balas, de tapioca, do porteiro do prédio da minha conhecida rica, da baiana do acarajé evangélica, do vendedor de churrasquinho da esquina. Perguntei?
Quem é o mavã (mavambo)? E num impulso que não sei não consegui respostas e quem sabe um dia conseguirei explicar o porquê? Consegui falar meu próprio nome.
Qual a diferença entre mulambo e mavambo? Você me explica?
Nesse momento então no meu entendimento cotidiano de homem resignado que cuida de esposa doente há 20 anos com orgulho e distinção, fui abordado na rua onde perguntaram-me se sou gay. Quase desfaleci e ouvi uma frase com potência de grito se formar no meu mais profundo interior:
Sou homem sério. Sou um homem sério. Eu sou marido da Sheila, Sou marido da Sheila.
Pedrão Guimarães.

Nenhum comentário:

Postar um comentário