quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

                              Sofri- 2019 ainda não acabou.

       Como aquilo que nos criou e formou-nos bondosamente maus sofri!
Reencontramo-nos.
       Amigo meu de pré adolescência apareceu agora por aqui.
       Ele em seu percurso construiu famílias, filhos e lembranças tão duras que quase não consegui reconhecer um valor nele que imaginava eterno em nossa amizade.
       Valor que nunca traria pra eu.
Inimaginável no calor de nosso afeto juvenil, fazia outra ideia.
        As dores já foram tão maravilhosamente repletas de força e beleza!
        Mesmo com tanta castração moral daquela época. Sei lá?
Fomos adolescente antes da internet.
       Sei lá o que fizemos de nós.
       Ninguém responde isso nem quando somos novinhos. Nem quando tememos a morte madura.
       Por isso tantos se recusam amadurecer.
       Tenho críticas ácidas tanto aos que abraçam a decrepitude quanto aos que mentem que ela não os alcançara nunca.
       Rio-me da sub-mídia com suas rodas de conversa onde gostosas e gostosos dão receitas de como conseguir suas barrigas tanquinhos, coxas grossas, bundas arrebitadas e potencia viril jovial.
      As vezes me enternecem mais do que aulas de filosofia eletrônicas capazes de convencer-me que a felicidade eterna protestante é um engôdo consumista (coisa que concordo).
     Sendo proferidas por pessoas visivelmente ricas que conseguem descer aos infernos das carências das materialidades e angústias humanas, e de forma brilhante, analisam e propõe melhorias coletivas, que esses ingênuos  tão prejudicados teriam que perceber e não conseguem perceber e muito menos propor para si próprios, mudanças estruturais, auto reconhecimento,auto estima dignidade.
       Gosto mais da vida do que de tudo, as vezes fujo do senso comum que intensifica essa tristeza "gelidamente linda"  que sequestra minha alma. Então sou obrigado a respirar mais fundo do que seria capaz trazendo do mais fundo das minhas cavernas interiores o calor desse magma, que possa torrar-me também. Mas que seja generoso comigo, mantendo esse amor que sempre tive por eu, você por nós. Tento fugir da minha idiotice.                  Pedro Guimarães.
       

quinta-feira, 8 de agosto de 2019


 São tantas mortes nesse momento!?!


Sim eu estava no interior do Rio e depois em Tupã.
Paraty talvez fosse só uma vaga lembrança.
Mas me lembro de um lugar assim cheio de mata preservada (lá no Rio) com morros tão lindos que talvez nem saiba dizer.
Sei contar que tudo aquilo me entorpecia me elevando a um sentido maior do que a razão.
Um sentido retardador de visão e entendimentos. Gostaria que meus valores mantivessem inteligências que talvez nunca tive.
Nunca vivi os amores que desejei,você e tudo aquilo me foi negado.
Coisa que além de ti eu também neguei-me.
A culpa também é minha.
Admito agora com sensores internos corruidores alegrantes,silenciosos e gritantes de coisas mais capazes de se dizer:
Obrigadooo.
- Pro que não aceito. E sou o mais abjeto possível.Mais abjeto possível.
Continuo querendo viver muito por mais difícil que isso pareça. 
O som da música é minha parceria plena e absoluta.
Gosto mais do que ouço do quê vivo. 
Vivo mais vontades do quê,os outros que desejam-me morte, esses morreram antes, que eu.
Rogo!
Sabido será e é o quanto desejaram-me morto! Que a vida seja o maior bem sem armas e guerras materializadas.
Sou aquilo tudo que quis e acreditei ser um dia, por mais que tudo me foste negado acredito ter inesperadamente alcançado vida plena em um momento rápido e sublime dessa vida tola.
Que eu até não perceba dentro dessa loucura que  acalanta em mim em nós que rodeia tudo.
Percebo que estou num lugar que atribuía aos mais velhos e que não chegaria nunca por acreditar viver eternamente jovem pra isso. 
Continuo jovem e inconsequente. "Minha cabeça zune zune quando sinto o seu perfume.(Itamar Assunção)".
O gosto faz d'eu essa coisa louca que anda pelas ruas sem sexo definidamente atribuído.
Como um caranguejo que foi pisado e se manteve vivo.
Ainda me mantenho agarrado na vida.
Posso morrer amanhã ou daqui há cem anos. Minha existência não será e não terá sido em vão.
 Pedrão Guimarães.