sexta-feira, 20 de maio de 2011

CONSPIRAÇÃO RONALD


DENTRO DA CULTURA BRASILEIRA, OS MAIORES SÍMBOLOS DE SUCESSO E MASCULINIDADE SÃO INCONTESTAVELMENTE OS JOGADORES DE FUTEBOL QUE CHEGAM A GLÓRIA.
 NOSSOS MONSTROS SAGRADOS, SEMIDEUSES ENTIDADES VIVAS.
        E ESTES SENHORES ME ASSUSTAM COM SEUS EQUÍVOCOS, QUANDO FAZEM DETERMINADAS COLOCAÇÕES INFELIZES NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, COM SEUS CASAMENTOS(OBRIGATORIAMENTE)  COM SUAS LOIRAS  E PRINCIPALMENTE QUANDO NEGAM QUE SÃO NEGROS.
         MAS QUANDO FLAGRADOS COM TRAVONAS GOSTOSAS; AÍ SIM OS RESPEITO SENDO OBRIGADO ADMITIR QUE ENTENDO ALGO DE "HUMANO" HABITANDO O INTERIOR DESTAS PESSOAS.
PASSO ASSIM A VÊ-LOS COM MELHORES OLHOS.
           OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO PLANEJARAM ORQUESTRAR MAIS UMA ENCENAÇÃO PERVERSO-SENSACIONALISTA NO ESTILO CASO ISABELA, TENTANDO DEMONIZAR O JOGADOR OU AS TRAVESTIS, MAS O QUE NINGUÉM FALA(E TODOS SABEM).
          É ! QUE NESTES CASOS O QUE DEVE SER JULGADO. É A POSTURA DA PESSOA MASCULINA, QUE SOB A ÉGIDE PATRIMONIAL DO PAU DURO.  FAZ COM QUE O MACHO SE VEJA NO DIREITO "E PRINCIPALMENTE NO DEVER DE EXPERIMENTAR QUALQUER DAS DELÍCIAS QUE ESTA VIDA PROPICIE", SEM QUE ISSO ARRANHE O VERNIZ DA SUA MASCULINIDADE E NEM SIGNIFIQUE NENHUM TIPO DE DESONRA QUE O TORNE MENOS HOMEM. 
        O CURIOSO É QUE A TRAVESTI ADMITIU NÃO TER ACREDITADO DE QUE SE TRATAVA DE RONALDO O FENÓMENO ,QUANDO ENTROU NO CARRO DELE, POR TE-LO ACHADO MUITO “BRANCO E CABELUDO”.
           O FALO CONTINUA SENDO O SÍMBOLO MAIS CULTUADO NA TERRA ATÉ OS DIAS ATUAIS, SEJA PELA ADORAÇÃO DO SEU PRÓPRIO  OU PELA FALTA DO ALHEIO.
          TRAVESTIS QUANDO NÃO OPERADAS, SÃO TAMBÉM CARINHOSAMENTE CONHECIDAS (NO MEIO DOS HOMENS QUE LHES APRECIAM )COMO "MULHER INTEIRA" UMA ESPÉCIE ASSIM DE HERMAFRODITAS VORAZES DOS TEMPOS ATUAIS.
           

             "QUEM GOSTA DE HOMEM É VIADO; MULHER GOSTA  É DE DINHEIRO" (FRASE DE PARA CHOQUE DE CAMINHÃO)


                  PEDRO GUIMARÃES

terça-feira, 3 de maio de 2011

Fugi do MST


    Ele também é um daqueles amigos que não se deve confiar muito na sua fala. Mas quando me contou sobre essa entrevista com  essa  senhora sacerdotisa na arte do erotismo, fiquei bastante curioso.
    Trabalhando como jornalista, recebeu a encomenda de entrevistar tal senhora, moradora de um daqueles prédios sobre galerias comerciais ali da região da praça da república. E o que deveria ser um simples jogo de perguntas  respostas foi se compondo num caleidoscópio de expectativas e anseios, donde nosso repórter, quase foi lançado num universo paralelo sem volta.
    Ela contava que nascera no interior do Paraná e que com menos de 10 anos  passou a viver entre as plantações de soja e trigo do Mato grosso do sul fronteira de seu estado de origem.
     Desde muito menina habituou-se ao trabalho pesado nos roçados, com mãos calejados no manuseio de foices e enxadas, com vestimenta opaca e suja, como a vaidade de uma mulher era quase extirpada; porém sempre que chegava em casa após o trabalho-flagelo, se lavava e arrumava-se ficando em pé de igualdade na concorrência, com qualquer outra menina-moça, até mesmo daquelas que nunca tinham pegado na bóia-fria.
     Tirava sua cutícula, limpava a fuligem das unhas e sempre usava uma base transparente, camada protetora de maior praticidade, para continuar no serviço que cumpria.
    Já tinha por volta de 15 anos e era de extrema tranqüilidade hormonal, a volúpia tardava em despertar naquele tão belo e sofrido corpo, pois nestes ambientes de trabalho (que só quem já viveu sabe), é comum os homens exibirem seus membros, gabarem seus feitos ginecológicos e com certa constância até investirem sobre as mulheres exigindo-lhes favores sexuais, sem que estas queiram e sem, que ninguém veja esses procedimentos como violência ou abuso é apenas um curso natural das coisas.
     Sueli, era esse seu nome, também achava que isso tudo era normal, sem saber do verdadeiro poder de sua força (física) surpreendeu-se no dia em que um dos seus companheiros da bóia-fria, percebendo estar distante dos outros no meio da plantação com a moça sacou de seu membro duro e avançou sobre ela, que de prontidão conseguiu se defender com braços e pernas fortes, e ameaçadoras  e tentou lhe castrar coma a forca de decepar trigo.
      Ela própria não percebera o que havia ocorrido. O rapaz fugiu só que seu ataque fazia parte de uma aposta, sendo obrigado a prestar contas  a todos os outros homens que souberam do seu insucesso, e que Sueli, aprisionava dentro de si uma espécie de cão, que a fortalecia em situações extremas emprestando- lhe a força de homem.
      Aquela situação de quase estupro suscitou na moça ao invés de repulsa; curiosidade por homem.     A eminência de ser deflorada lhe mostrou a possibilidade de sexo com homens e criou-se ali certo encanto e curiosidade, na parte dela que até então se apresentava sem libido. Só que havia um preço, em trabalhar e viver em ambiente tão masculino, os homens falam muito e de tudo entre si, ou seja sua fama de "fortona", já havia se espalhado; e por mais que esta esmerava em cuidados estéticos, e numa languidez convidativa, algo havia se rompido entre os desejos masculinos e ela. Já tinha quase 18 anos e ainda não tinha conhecido o prazer com homem, e isso porque vivia na maior parte do tempo no meio deles.
      Algo precisava mudar e ela sentiu isso, como as crianças nas escolas se agitam cinco minutos antes da tempestade chegar.                Foi aí que tomou uma iniciativa radical. Era de todos sabido que na praça da matriz havia um hotel, onde viajantes de muitas cidades grandes ali pernoitavam, sempre dispostos a degustar a comida local, impudicamente aproveitavam do cardápio sexual da cidadezinha. Transavam meninas-adolescentes, bichinhas, mulheres casadas enfim quem os procurasse entre os fundos da matriz e do hotel depois de certa hora.        Sueli não via alternativa e foi isso que fez, se envolveu com uma hordazinha de adolescentes sedentos de mucosas forasteiras e ali conseguiu sua iniciação, amor viria depois, aliás, amor nunca lhe foi ausente amada por toda a família e amigos tinha a carência maior da carne do que do espírito. O viajante escolhido um fornecedor de remédios preencheu-lhe todos os sentidos, homem maduro que já beirava os 40, grato da dádiva de possuir tal corpo tão jovem, fez o máximo de si para  que a moça pudesse saber sentir e poder ser mulher.
        Esse fato na vida da moça lhe aturdiu, algo havia ficado pra trás, começou a ser tomada por uma vontade imensa de ir embora, não sabia nem pra onde, mas precisa ir, uma fatídica coincidência  eclode as
 lavouras mecanizam-se e os bóias- frias começam a ser demitidos, esta pequena tragédia era o que Sueli precisava, arrumou suas coisas, despediu-se da família terminou a oitava no supletivo noturno e foi em direção a cidade grande, com o endereço de uma pensão onde uma prima morava.        Havia chegado em uma cidade média do interior de São Paulo, e aquilo para ela já era algo grande e diferente de tudo, trabalhadeira como sempre começou na faxina de casas burguesas, até sua prima conseguir levá-la para o supermercado onde eram repositoras de estoque, viviam um momento próspero conseguiram sair da pensão e alugar uma casinha de fundos, Sueli e a prima viviam um companheirismo quase sáfico, aos fins de semana iam para bailes dançar forró e música sertaneja, voltavam com homens namoravam, amavam e transavam.     Até que novamente aconteceu, num desses sábados a prima de Sueli depois de recusar uma cantada, começa a ser espancada por um moço bonito da cidade, ela tudo vê a distancia corre em socorro da prima e com uma cadeira tenta esmagar a cabeça do moço, que é levado para o hospital com traumatismo craniano.    Nem mesmo a própria prima que era vítima, do algoz foi solidária com Sueli que indignada teve que foragir-se, Decidiu que iria começar sua vida em São Paulo.       E assim nossa heroína aporta na cinza e fétida São Paulo, Na pensão conhece trabalhadoras putinhas, fica encantada com tantos badulaques, aromas e cores. Mas se resigna, e vai trabalhar em supermercado.       Parecia que havia se encontrado, a cidade é grande com todo tipo de gente, ninguém fala do outro, por que ninguém se observa muito, se é pra beber se bebe, se é pra transar se transa, amor nunca lhe fez muita falta; sempre foi muito amada onde convive, parecia que sua vida tinha atingido o ponto ápice de harmonia e tranqüilidade, até uma tarde dentro supermercado, após um anúncio do governo dizendo: Que os preços estavam congelados e que a população denunciasse remarcadores de preço, pois isso, era crime contra a economia popular . Sueli ao ver um funcionário remarcando os preços ,sem raciocínio ou titubeio espancou o moço na frente de todo mundo.     Demitida e presa ao que tudo indicava ficaria por ali pelo resto dos seus dias. Mas o inusitado veio alguém providenciou que a moça fosse liberta, em menos de uma semana foi solta, na saída da delegacia uma senhora lhe aborda.

Senhora: Você não me conhece, mas fique sabendo que fiz de tudo para te soltar.
Sueli: Muito obrigada, mais fez por que quis, não te pedi nada.
Senhora: Não seja mal agradecida menina.
Sueli: Desculpa ainda estou muito abalada.
Senhora:Vamos para minha casa, eu quero te fazer uma proposta de emprego.  
   Ela era madame Suzane,a quem eu devo tudo que sou e tenho hoje, fiquei assustada, o apartamento dela era um daqueles gigantescos da Av São Luis, ela então abriu o jogo. Disse que já havia arrumado a vida de muitas moças, que trabalhando para ela como garotas de programa casaram-se com homens riquíssimos, desde que obedecessem suas regras e seus conselhos.  
   Disse para ela que não era puta e que muito menos tinha vocação para o negócio.    
Madame Suzane então chegou no extremo de sua persuasão: Hoje é crescente a influência norte –americana entre os ricos de São Paulo, aquele modelo de putaria francesa com a menina de baby-doll e console, não os excita mais. Na América é cada vez mais comum um tipo de prostituta que não temos aqui. Espancadoras de homem. (Eu achei não ter ouvido direito) É isso mesmo que você ouviu,
Eu estava no mercado e vi o que você fez com o rapaz , quero contratar seus serviços, como pioneira no “spanking”, te asseguro que em cinco anos você vai estar muito bem de grana.     E isso é tudo topei, sou conhecida como Dona Sueli a implacável, minha agenda esta disponível por telefone e internet, como sou rainha ninguém me penetra, de vez em quando autorizo um bem submisso para fazer esse serviço.     
 Já espanquei vários banqueiros, juízes, empresários, industriais,policiais, pastores, engenheiros, médicos toda a gama de homens bem sucedidos e acima de qualquer suspeita de nossa sociedade. Gostaria de expandir meus serviços para setores mais populares, mais infelizmente o preço do meu atendimento é caro.    
Presto uma espécie assim de terapia para essas pessoas que confessam procurar meus serviços por não poderem permitir se espancar por suas esposas, subjugados ou empregados, que Isso prejudicaria vossa autoridade. Dessa forma aqui estou para oferecer este serviço, agradeço muito madame Suzane, todas nós que passamos por suas mãos estamos muito bem. Eu tenho casas de aluguel no interior de São Paulo e do Paraná.  
   Quando o cliente chega e bate na minha porta se me chamar de Dona Sueli, voluntariamente sou mais piedosa, agora se chegar me chamando de Sueli será recebido com tapa na cara para aprender a exercitar sua humildade, e depois de toda a surra ainda terá que lavar a minha louça antes de ir embora.      
O meu amigo repórter nessa hora sentiu um fogo estranho lhe consumir um lado do corpo e do rosto teve vontade de insistir na falta de decoro e bradar: Sueliii...     E acabou fazendo: Sueli...
Dona Sueli: (com o dedo indicador em riste, respondeu veementemente) Dona meu filho.Dona, Dona Sueli!  
               


Pedro Guimarães