segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

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Deus me livre

Deus me livre do fundamentalismo/talibã evange que tomou conta do nosso país.
Deus me livre do seu materialismo.
Deus me livre do seu arrependimento.
De todas maldades que foram capazes de fazer.
Antes e depois de começarem a ler a bíblia.
Deus me livre da falta de capacidade de interpretarem livros
Deus me livre de todo preconceito e discriminação do qual são capazes, que não aceitam e não percebem.
Deus me livre da perversão ressentida, vingativa que não admitem, mas que os alimentam.
Deus me livre da falta de poesia e estética que trazem em si "evanges" sempre querendo destruir teatros e cinemas.
Deus me livre da cor opaca nas roupas que vestem.
Deus me livre da incapacidade de discussão e dialogo que não conseguem.
Deus me livre do adão e eva que conclamam.
Deus me livre da tristeza que cultuam.
Deus me livre do Paraná com seu Henry Cristo.
Deus me livre do crack e das cadeias.
Deus me livre da falta de colorido na vida.
Deus me livre da disputa entre a record e a globo,
Deus me livre das convicções políticas superficiais.
Deus me livre da escola sem partido.
Deus me livre das idiotices de gente que não lê, das religiões, dos fundamentalista islâmicas e do racismo hebreu.
Deus me livre de negros nazistas.
Deus me livre de nordestinos fascistas.
Deus me livre de mulheres que não conseguem ser amigas de mulheres.
Deus me livre de brasileiros que não entendem que são colonizados.
Deus me livre dos que bebem muito escondidos em casa e dizem não serem alcoólatras.
Deus me livre dos esquerdistas que possuem e maltratam suas empregadas.
Deus me livre dos que transam com outros homens escondidos.
Deus me livre dos que batem e matam mulheres.
Deus me livre da vontade suja de manipular os outros.
Deus me livre de jornalistas e políticos.
Deus me livre dos que fazem supletivo pra entrar na polícia e enriquecer.
Deus me livre dos que reclamam da corrupção e subornam.
Deus me livre dos pastores e dos padres.
Deus me livre d@s que sonham em se casar com gring@s.
Deus me livre do agro negócio, do agro tóxico.
Deus me livre dos produtos da China.
Deus me livre da chatice machista dos manos e minas do Rap.
Deus me livre da moamba do Paraguay.
Deus me livre do maneirismo hipócrita caipira.
Deus me livre de mim de você e de nós.. Pedro Guimarães.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Ser homem

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Ser homem

Ser homem é esconder a dor e o sofrimento que ti pega e que poderia te elevar a um sentido de vida mais pleno.
Ser homem é aprender que todas as suas mulheres, são putas & santas assassinas antes mesmo até delas nascerem.
Ser homem é aprender a ser macho antes que a vida te torne complacente de si mesmo.
Ser homem é correr avançando com nossos pintos que reconhecem, avançam e conquistam novos lugares. Chegando e até destruindo novos mundos.
Ser homem é querer os filhos homens de preferência(meninos); pra se culpar mais tarde que se tornaram sapatões ou bichas.
Não reconhecer as filhas putas.
Por mais que tenha as importunado e as violada na sua mais tenra infância.
Ser homem é admirar o falo seu e do seu amigo
Ter a liberdade de pensar aquilo tudo que só confessaria nos seus pesadelos mais profundos pra si mesmo.
Ser homem é ir na igreja fundamental pra se sentir menos triste
Acreditar que só a economia com todo poder da grana que nos circunda possa explicar todas as contradições.
Ser homem é acreditar que é lindo ser branco, alfa dominante.
Sonhar que a menina nova irá devolver a ereção da sua juventude
Vislumbrando capacidades de forçar o abrir das pernas daquela menina que esta "mentindo" não querer abrir as pernas.
Mentir seus desejos mais profundos que faz com que não se reconheças viado.
Não se tornar viado.
Poder bater nelas quando elas se descontrolam
Transar escondido com as bichas
Espancar e matar bichas
Esquartejar vontades e pulsações emotivas
Não chorar mesmo que seus sentimentos sejam destruidores
Ser homem é ser macho
Ser macho é ser homem
E que o frio mais cortante do hemisfério norte nos impulsione a escalar os picos da Escandinávia ao himalaia.
Ser homem é:
Dominar animais perigosamente selvagens
Não encarar suas tristezas mais profundas
Acreditar que seus pintos possam chegar até marte
Que os úteros estão abertos e receptivos pra receberem seu legado até o interior dos vulcões e das águas mais abissais do fundo mar
Ser homem é manter-se no altiplano andino e no quase infinito Himalaia sustentado pela inimizade(conveniente) competitiva das suas mulheres
Ser homem é não pensar sobre o que é ser homem
É comportar-se como homem
O pensamento sobre nós mesmos nos enfraquece.
Ser homem é conviver com mulheres que possam até falar das suas necessidades de superação
Mas que se comportem inimigas entre si.
Ser homem é manter as bichas sedentas de rola dura
As sapas e travestis crédulas na transposição.
Ser homem é manter uma promessa de pau duro que mentirosamente esconde a fraqueza do corpo musculoso, uma promessa de superioridade que não supera sua própria fraqueza escondida na violência covarde que se alegra em carnavais com mulheres nuas e com machos fantasiados de piranhas.
Ser homem é padecer em um paraíso inventado pra ser aquele lugar onde todo mundo queria estar.
Ser homem é poder mentir sem constrangimento dominando o espaço exterior e compaixões femininas quando se fragiliza.
É não conseguir olhar as mulheres no fundo dos olhos.
Ser homem é mover tudo aquilo que por mais que pareça tão simples cria esse mundo de mulheres e homens que se complementam em mentiras destrutivas.
Pedro Guimarães

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Nenê preta

Foi assim! Quando nasci não pedi essa braveza.
Algo que herdei de longe pra talvez perder aqui perto, não sei!
Um bebê amado, constrito com o vigor d'eu mesma. 
Cheguei nessa terra que parece gostar mais e favorecer os claros.
Virei e sou Nenê Preta.
Outros nenês chegaram no mesmo momento mais alvos.
Minha não claridade nunca me fez menos macia de cútis e principalmente de afetos.
Porém sempre de poucos deslumbres. E quase que totalmente não desfrutável. 

Na medida em que a vida passa e passa. A maldade dela me fortalece. 
Sou capaz de enfrentar os rojões que iluminam céus escuros e que insensivelmente não reduziram essa cor tão forte que tatuou minha pele desde que nasci.
Odeio! Uma série de coisas em segredo. Alguns silêncios podem ser redentores.
Desde pequena nunca disseram meu nome. Sou então: Nenê Preta.
Ajudo minha família com dinheiro ganhado de forma honesta, desde de muito cedo.
Num ponto que você não imagina.
Antes que percebesse fui trabalhar em casa de família. 
Lavando banheiros brancos, cozinhando, limpando e alvejando as casas mais ricas.
Sei lá o que aconteceu? Tenho meus princípios. Mantenho certa distância.
Não suporto dó.
 Não sou aleijada.
Não suporto desrespeito nem da minha família.
Em cidade pequena a gente caminha fácil pra lá e pra cá.
As vezes durmo na casa deles.
Dormir em casa de patrão é duro acaba que nunca estamos de folga. Prefiro voltar pra casa.
Aliás minha casa é simples; Mas grande, no meu quarto posso dormir pelada ninguém me enche o saco.
Muitos anos se passaram.
A vida foi dura conosco. No caminho pra cidade, nossa mãe e irmãos não tiveram tanta sorte morreram lá naqueles matos antes que o sonho de mudar se realizasse e na vinda pra cidade ficamos só eu e Papai.
A casa é nossa bem grande vivemos só nós dois.
Vou em cinco minuto a pé da casa onde trabalho até lá.
Dormir lá pra quê?
Papai tem que ser cuidado, sua aposentadoria é muito baixa. As vezes tenho a impressão que vivemos até melhor do que aquela gente rica onde trabalho.
Nossa casa é tão limpa e organizada como a deles, sem o luxo de lá; Mas, com mais beleza e jeitinho. 
Posso falar? Gosto de dançar. Sim vou na missa. Já fui nos cultos dos crentes são gente mais parecida com a gente.
Mas os católicos são mais "chics" parecem meus patrões. Eu prefiro.
 Na macumba só vou quando preciso parar de ter pesadelos ou pra conseguir coisas difíceis, sem contar pra ninguém.
Você sabe né? Não pega bem.
Gostaria de controlar essa raiva e braveza que vem de dentro.
Tenho vontade de bater na maioria das pessoas. Me controlo.
A gente da cor não pode dar motivos pra falarem de nós.
Sim!
Por que sempre falam e nos apontam. E como nos apontam.
Vou no bailão todo fim de semana.
Como adoro os homens!
Danço com vários deles. 
Alguns até sinto o pau duro nas minhas coxas. 
Com alguns até transo; Mas não sou mulher de qualquer um.
O samba e o forró me enlouquecem tanto que tenho vontade de dançar até o fim dos tempos.
Como cuido de pai e trabalho na casa do Japonês marido da loira dondoca, gente muito rica.
Tenho que me preservar, todo mundo me conhece.
Sei que preciso controlar meu temperamento.
Sou brava,saio sambando no carnaval na escola de samba da pernambucana minha amiga que morou  no Rio, não c conheço o Rio. Sambar é uma coisa que me alegra e me acalma o ano todo.
Aceitei desde pequena ser a Nenê Preta; mas não precisavam todos me chamarem assim.
Qual é o meu nome alguém sabe?
Já não ligo mais!
Sou a Nenê mesmo.
Estou vendendo nossa casa.
Meu pai morreu de velho, ela é uma casa grande modesta num bom terreno no centro da cidade que vale mais que a construção (casa de preto).
Meus descontroles são meu estilo, um dia destes pouco antes da sua morte. Bati nele pois ele disse que eu era biscate.
Não me arrependo.
Todo meu martírio!
Cuidando dele sozinha todos esses anos?Trabalhando na casa dos ricos e transando pouco nos bailões sem levar ninguém pra dentro de casa.
Meus patrões! O japonês rico e a loira mimada. Chegue lá! Depois de anos de cumplicidade pra desabafar com eles o meu mal estar que vivi depois da desavença com papai; e eles brigando por razões fúteis. não me deram a minima , e olha que depois de tanto tempo de "intimidade" foi a primeira vez que precisava que eles me ouvissem e me aconselhassem.
Não me controlei.
Bati nos dois também. 
Sou além de brava forte de corpo.
O casal por sua vez me perdoou e resolveram as pendências matrimoniais, me pagaram uma grana, eu fui embora.
Hoje vivo modestamente bem.
Adotei uma menina branca, minha filha, aliás nunca pari.
Menina que cresce bonita e educada e que nunca será chamada de Nenê. Aliás já bati em gente que tentou se referir à ela como negra. Nenê Preta.


sexta-feira, 27 de julho de 2018

Papai

Queria tanto ser seu papai, mais que amigo, aí então mãe. Você me cantou e estamos juntos até hoje.
Triste é  quando não consigo olhar nos seus olhos.
Refaça-se! Minha vida  pode ser tão triste quanto a sua.
Bom seria receber algum tipo de afeto como troco seu, de alguém de todo mundo.

Hoje perguntei-me qual será o nome da faxineira, do flanelinha, do engraxate, da lavadoura de privada, da vendedora de balas, de tapioca, do porteiro do prédio da minha conhecida rica, da baiana do acarajé evangélica, do vendedor de churrasquinho da esquina. Perguntei?
Quem é o mavã (mavambo)? E num impulso que não sei não consegui respostas e quem sabe um dia conseguirei explicar o porquê? Consegui falar meu próprio nome.
Qual a diferença entre mulambo e mavambo? Você me explica?
Nesse momento então no meu entendimento cotidiano de homem resignado que cuida de esposa doente há 20 anos com orgulho e distinção, fui abordado na rua onde perguntaram-me se sou gay. Quase desfaleci e ouvi uma frase com potência de grito se formar no meu mais profundo interior:
Sou homem sério. Sou um homem sério. Eu sou marido da Sheila, Sou marido da Sheila.
Pedrão Guimarães.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Pessoa de bem

Pra começo de conversa ti afirmo.
Não sou do bem!
Sou uma pessoa de bem.

                            Ícone ortodoxo com santos Africanos
Sem marcas ou termos de religiões fundamentais.
Sou uma pessoa "di" bem meu bem.
Sem crer que bem e mal reconheçam seitas ou religiões.
Uma pessoa di bem nenén.
Dê um tempo pra que a confusão não te cegue.
Se me vê como um demônio problema seu.
Gosto da vida e de tudo que viverei.
Sou uma pessoa di bem.
Não mato, não roubo, não  violento mulher, bicha, negros  e nem nenéns.
Sou uma pessoa di bem.
Se confundo sua compreensão é pra que enxergue melhor o mundão.
Uma pessoa di bem meu bem.
Me lembro de quando todos se escondiam na contramão.
Quem hoje invoca a ordem passada precisa de espaço pra transar escondido.
Batendo em mulher, matando índios, sapas e viados sem complicação.
Eu não sou do bem neném.
Sou um homem di bem.
Orações de corações sujos não chegam à Deus.
Sou uma pessoa di bem neném.
Não me interessa sua prece egoísta/ profana seu sucesso manco.
O conforto dos outros ti atrai?
Que sua crença te faça uma pessoa melhor.
Eu não sou do bem. Sou uma pessoa de bem.
Lembre-se também de mim e dos outros.
 Eu não sou do bem neném. Sou uma pessoa di bem. 
Pedro Guimarães

Mamãe

Então mamãe!

- Por quê desde pequeno durmo pouco nas noites que me acalantava sacrificando-se?
Querendo se livrar do incomodo que me reservava com todo amor que te aprazia sem que suas culpas a torturassem com odores "galactósos"  uma necessidade gozosa de usufruir de um marido viajante que por mais provedor,"presente" constantemente era distante.
                                                           Estátua de Oswaldo Saiane

 Fui crescendo por mais que não entendesse falas e signos da perversidade adulta. 
 E dessa forma quando ouvia das suas vizinhas amigas as maravilhas dos outros maridos vizinhos mais presentes  que as enlouqueciam com sexo constante afirmativo e até insistente. Enquanto criança ninguém me explicava e principalmente não me explicavam nada.
 Não diziam às crianças; só falavam na frente delas como se elas fossem surdas e incapazes de compreender. E isso tem algo de bom!?!
 Resignava-se por sabe!r o quanto de amor teria no porvir da volta dos seus.
 Teve mais filhos do que todas as outras, que a infernizavam com seus relatos de cópulas diárias como troféus de casamentos.Perfeitos!?! 
Mantinha a certeza da fidelidade deste marido viajante, coisa que tinha certeza que as outras não tinham com os seus ali sedentários. 
Tinha uma certeza confiante cortante como lamina que aliviava sua espera.
 E sempre era recompensada com a volta do seu homem/marido com uma recompensa que só os paninhos milimetricamente cortados no saco atrás da porta do quarto casal  para enxugar sua xoxota do leite do marido após gemidos e gritos abafados pra não acordarem os meninos nos outros dois quartos ao lado, toda vez que ele voltava.
 Nunca sentiu cheiro de outra mulher nele. Realmente se sentia superior aos maldizeres das vizinhas que com homens em casa relatavam  pelos e cabelos estranhos nas cuecas e cheiros femininos das outras conjugues na hora de intimidades. 
Agradava esse marido que jurou fidelidade no altar. E olha que tentações pecaminosas passou e sobreviveu. Homens brancos e ricos percebendo sua destreza solitária domiciliar com os moleques, indecorosamente lhe propunham deleites gozosos em segredo ou mesmo até amasiamentos.
 Recusavas por mais que tais propostas lhe suscitassem fantasias, resistia.
 Sabia o dia em que seu paladino voltaria.
E esse acordo era de uma precisão de um relógio suíço.
Tinha sido doméstica na adolescência porém depois do casamento ele conseguiu mante-lá como dona de casa. Só cuidava dele e dos seis meninos, na vizinhança da pequena cidade eram a única família negra ali daquela rua onde só moravam gente clara e branca. Que traziam assim pra eles uma espécie de admiração misturada à uma compaixão brasileira,um racismo míope e obtuso.
Os meninos crescem. Nenhum se reclina ao crime, são educados, bonitos trabalham mas não entendem a necessidade de estudo. Olham isso como algo que não os pertencem, seus amigos de rua tornam-se engenheiros, advogados médicos e somem dali. Voltam no dia das mães pra visitas rápidas e efusivas onde comentam seus progressos e conquistas. O lugar assim poderia morrer dentro do que lhe foi determinado com sua rotina monótona; Mas o acaso é o Deus mais potente e perturbador.
Foi assim que um daqueles meninos da família negra comiserada e condescendente . Sei lá por qual motivo. foi convidado pra vender veneno agrícola pelas fazendas e cidades da região e depois de aprender a dirigir foi ampliando uma atuação que o levou pra cidades cada vez maiores onde o simples dormir ali e aqui, construíram curiosidades estupefatas que vão se explicando e descortinando entendimentos ainda mais perturbadores. 
Uma perturbação difícil de explicar algo que assombra e ilumina ao mesmo tempo.
 Uma alegria irracional que faz a razão anterior se tornar nada.  
Na medida que se afastou da família passou a conviver com gente intelectualizada nas cidades grandes e embora sem ter vivido universidades, aprendeu a pensar e falar como esses.
Por algum motivo difícil de se explicar ou entender voltou-se contra os venenos. 
Por mais estranho ainda, passou a defender divisão das terras para índios, negros e mestiços, depois de romper com seus antigos valores de origem resignada foi viver muito longe dos seus. Hoje soubemos que foi  assassinado no sul do Pará. Não acharam seus matadores; Mas virou nome de uma associação de direitos humanos da ONU. Que bom seria se ao invés de mártir vivesse o som de amores vividos, e que a vida fosse justa daquilo clamado como imparcial e sempre mentirosamente propagado.
Por quê o amor é tão difícil?                                                       Pedro Guimarães

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Vazante

Por todas as casas que passei neste natal e ano novo
Percebi torneiras vazando
Água potável se esvaindo em desperdícios
Uma espécie assim de pesadelo hídrico
Das casas mais ricas à mais pobres
Minha torneira da cozinha vaza
Mesmo que eu feche registros
Compondo-me em um pesadelo
Uma tortura chinesa irrefutavelmente maior
Superior que minha vontade
Uma sensação tão impotente como a grandiosa consciência política de Argentinos nessa América do sul recolonizada
Vejo na televisão um levante no Irã contra o Aiatolá de lá
Recolho meus ideais e convicções inseguros e tão confusos como uma fanfarra do leste europeu
Parecidos com um Paraná auto afirmante
Perambulando pela rua sou impingido a falar com mavãs e mulambos. Qual a diferença entre mavã e Mulambo? Alguém sabe me dizer?
Sim! Não me reservo e muito menos me excluo de ouvi-los

Tenho uma cara cachorra que os trazem-me pra confidenciar suas impressões, verdades, dúvidas e principalmente desejos dos mais insólitos e até elevações
Tento fugir.Gostaria muito
Mas por ter que transitar todos os dias por seus espaços estou ali exposto
E também sinto uma necessidade impotente minha de ouvir e falar menos
Já falo muito quando me sinto seguro
Coisa que me trás uma incontinência verbal e sonora arrogância 
Parecida das torneiras que vazam nas casas que passei nos últimos dias
Pior que a surdez é a cegueira
Duas deficiências que assombram-me mais do que toda morte de sentidos
Sentidos que não negam minha vontade de vida
Que me iludem mais de que a morte que não existe menos que os medos maiores do que todo o sentido da vida
A decrepitude esvai tudo como um vento assassino
Posso existir por não atentar-se sobre ela (a morte)
Rir das coisas e de mim mesmo pode ser uma elevação dos sentidos mórbidos
Algo fugidio de vaidades nossas, vossas e dos outros
Gostaria de mãos impermeáveis pra conter as águas dessas torneiras obtusas independente de serem pobres ou ricas
Semeando torrentes em solos áridos e infecundos
Nem netuno, nem oxalá, nem Júpiter, nem hércules, nem Exu com sua criação do mundo inconsentida causadora do ressentimento que o acompanhou até hoje.
 Formando um demônio dos monoteísmos. Mal visto como demônios maiores das profundezas dos infernos mais abissais
Gosto tanto de você que me assusta o fim do nosso sexo e relação. Situação possível que construa e destrua tudo que te disse. Mentiras sobre nosso amor enlouquecedor sem filhos ou matrimônio que torrenciam lágrimas em meus olhos
Coisa que não controlo mas que sobrevivo as possíveis cores das músicas todas que aliviam minhas vontades menores de dizer meu amor por tudo aquilo que quem sabe um dia diria o que sou.
Pedrão Guimarães.
  

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

É a vida que diz Marina Lima.

Não sei escrever. Escrevo aquilo tudo que não consigo dizer quando me chateio e o que me magoa.
Esplano sobre minha impotência de não falar sobre um amor que por mais entristecedor corrompe estas vontades que de tão tristes trazem uma alegria imbecil repletas de lembranças que prefiro distanciar-me.

 Odeio escrever em primeira pessoa por isso digo e não sigo aquilo tudo que por mais que vivi evito.
Não gosto da maioria das verdades que ouço e quase não falo nada. Não falo nada.
 Queria falar sobre outras coisas.
 Se você consegue te admiro.
 É tão duro sentir aquilo que não nos foi ensinado ou dito.
 Seu sim não diz o quê eu possa fazer. 
O seu sim confessa um não tão mais duro.
 Faço  o quê então? 
Sofro! Choro ou sobrevivo imbecilmente?
 Estou sem saber falar já há algum tempo.
 A poesia me visita pouca e de um tempo pra cá passeia pelos meus sonhos afugentando pesadelos sem permanências, insistências e regozijos. 
Coisa que não me trás maiores alegrias e felicidades por mais que eu gostaria muito de saber à quem agradecer. 
                Pedrão Guimarães