quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

ESTADO DE SÍTIO




As cidades fecham em si mesmas  


O argumento da degradação das relações 


humanas



Cria o elogio à violência


Que além de espiada e pensada


Coloca-se cada vez mais presente


No grande mundo através de guerras  


No mundo interior na forma de discriminação


Uma série de pequenas maldades


Se destilam em nossas almas e mentes


Desejos íntimos de execuções sumárias


Admiração a justiceiros genocidas


Preenchem o interior vazio da 


consciência



Como um elixir entorpecente


Transborda nossas grutas interiores


Com desejo de morte e odor pútrido


Pra tudo aquilo que não entendemos


Que não conhecemos


Sem que isso crie em mim ou em você


Necessidade alguma de maior compreensão


Nem mesmo capacidade de sentir ou colocar-


se no lugar do outro




E novamente tomados de desejos egoístas e 


assassinos



Clamamos: penas de morte e chacinas em 


nome de segurança



Cidades cada vez mais fechadas, 


condomínios, ruas particulares



Milícias, shoppings e torres de vidro blindado


Que nos assegurem de nossa própria vontade 


demente


De punir infratores


As infrações são sempre alheias


Estamos quase sempre ungidos de inocência 


e boa vontade



Não há nada de errado em se dar bem


Não hei de me tornar alvo por ser bem 


sucedido



E assim fecho-me em muralhas


O imperativo é nos isolarmos cada vez mais 


com nossas migalhas




Que se limpe a cidade: de ruídos noturnos, 



esmolantes, dos sujos,



Dos caídos, da alegria subversiva das 


meninas e meninos de rua,



Do vigor da prostituição, do apagado colorido 


dos bares populares




Dos cães de rua e seus respectivos donos, 



dos catadores de reciclável, da 




permissividade boemia,




da essência humana que coabita na 


coexistência dos diferentes.



Vamos limpar das cidades o desejo humano 


do prazer do sexo




Permeados em olhos famintos que desejam e 


comem




O Brasil que tem fome



Nos isolando na reclusa solidão de nossas 



casas e apartamentos




Gozando a mais profunda perversão de 



nossos sentidos solos




Engaiolando nossas súplicas e desejos numa 


oração profana




Cada vez mais egoístas, solitários nefandos



A ordem se constrói de entradas e saídas



Ausgang-Eingang (ENTRADA E SAÍDA EM 


ALEMÃO)




Nossas cidades estão se tornando sítios 


dentro de gaiolas




Será que o Ibama conseguirá libertá-las?



Sendo assim, mestiços, negros e nordestinos 


devem saber




Colocar-se, e apreciar as entradas de serviço



Pois isso corrobora para a segurança das 


pessoas normais.




Normais?!? 

Pedrão Guimarães


"Belezas são coisas acesas por dentro! 

Tristezas são belezas apagadas pelo 


sofrimento" Jorge Mautner.


Letra da música Estado de Sítio, 5ª faixa do 

disco ZUMBI

 SOMOS NÓS: DIÁSPORA AFRONÉTICA. 

www.frente3defevereiro.com.br

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Um sonho de blog


Um sonho de blog                    

Também tenho um blog igual à cubana, mas nem de longe tão apreciado e causador de polêmicas. Até bem pouco tempo atrás desejava muito que essa senhora, obtivesse permissão para sair de sua fechada ilha para vir ao Brasil, à frança aos Emirados árabes a qualquer lugar que ele quisesse e fosse solicitada.
Afinal de contas a nossa Lucélia (escrava Isaura) Santos.Entra e sai de Cuba e da China a hora que bem quer e ainda tem que fazer malabarismos para escapar de propostas indecorosas e assédios vindos de autoridades, destas duas “respeitáveis ditaduras”. Aliás, o cabelão dela(Yoani Sánches) lembra a Lucélia na época da novela.
Pra ser bem sincero, não tinha me ocorrido que ela pudesse estar a serviço dos interesses yankees, imaginei apenas que a mulher estava querendo se expressar, assim como eu aqui com meu modesto blog.
De repente vejo aquele bando de deslumbrados, anacrônicos radicais de esquerda querendo o escalpo da cubana cabeluda de um lado e; do outro essa nossa imprensa vendida e fascista, travestida de neoliberal. Aproveitando o episódio para jogar ainda mais terra na cova do marxismo, fiquei sem saber quem fazia maior papel de ridículo nesta disputa de egos patológicos e perigosas. Precisamos internar mais gente, além dos nóias das cracolandias.
A TV estava ligada e eu deitado (o psiquiatra já me disse que eu não faça isso, pois o som do aparelho acaba interferindo no meu estado de repouso e leva-me a pesadelos), fui adormecendo sendo levado a uma espécie de sonho, desejo/delírio:
Descia eu num aeroporto em algum país estranho e era saudado, felicitado por um pequeno grupo.
 Num momento seguinte na saída do mesmo aeroporto me torno vítima de insultos, manifestações e ameaças de radicais fundamentalistas que não identifico bem de onde, talvez: evangélicos, talibãs, opus dei, inquisição espanhola, mórmons, pentecostais, TFP, skin-heads, ruralistas estavam todos lá para me apedrejar como se eu fosse uma adultera no Afeganistão.  
Com faixas e cartazes em língua estrangeira, mas que o sonho me revelava os significados: Imoral, blasfemador, infiel, profano, sujo herege.
Passava por tudo isso somente por escrever um blog que tanto se importa e dá espaço para assuntos relacionados a peitos, paus, bundas e bucetas tive uma crise de apnéia que de abrupto acordou-me desse pesadelo, quando olhei para aTv lá estava ela Yoani Sánches com seu cabelão tão parecido ao da nossa eterna escrava Isaura de alguns anos atrás.

Pedrão Guimarães.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

BENTO RATZINGER XVI




Bento Ratzinger XVI      

Quando vi aquela carona, em abril de 2005, senti um repentino frio na espinha e um certo medo, de algo que me dizia que “coisas” aconteceriam.

Quando vi aquela carona, lembrei da doce Alemanha da década de 30, garotos brincando tão perto daquelas muralhas cercadas de arames farpado, fazendo troca-troca tão perto daquelas muralhas revestidas de arames farpado. Será que sabiam o que acontecia ali dentro daquelas cercanias?

Um desses meninos tenho certeza, era: Joseph Ratzinger (Bento XVI) garoto maroto de olhar vivaz e intenções serelepes. Cresceu dividido entre ser engenheiro ou padre, optou pela segunda. Nunca esqueceu brincadeirinhas gostosas de infância e a disposição ao amor, responsável pelo pescocinho que ficou até afundado nesta anatomia forte, envolvente surpreendente.

Com a facilidade com as “línguas” prosperou dentro do partido Nazista e do catolicismo tradicional, pois religião que é religião não tem que aceitar: Mulher liberada, mãe solteira, separad@s, viados, sapas, drogados e tarados. O sexo foi feito só para procriação até os mulçumanos do Taliban concordam com isso. Prazer enfraquece a moral e a alma.

Quando vi aquela carona. tive a certeza de que era a pessoa certa para ir até a África negra exigir o não uso de camisinha, pois o HIV não é problema para quem é monogâmico e faz sexo com decência, homossexuais não precisam ser queimados pois serão amados desde que não façam sexo(homossexual).

Quando vi aquela carona, pela primeira vez. Creio que era abril de 2005, cochilava à tarde com a TV ligada e tive o prazer de ver/ouvir o anúncio do novo pontífice através de Adriane Galisteu. Algo emblemático e significativo.

Quando vi aquela carona, me indaguei sobre possíveis orgias sacrossantas, genuflexórios, alcovitados entre móveis de madeira de lei em sacristias, cheirando a parafina e incensários ,uma entrega monástica que de tão abnegada, crédula devotada aos mais profanos jogos de kama sutras e kundalines, consegue elaboração e santidade angelical, como talvez só os primeiros anjos conseguissem antes mesmo que os pecados fossem inventados.

Vá em paz e com Deus. Bento XVI, sua função e importância já se cumpriram, saúde e tranqüilidade! Só não se esqueças daqueles momentos na doce Alemanha da década de 30, donde de tanto amor o jovem Joseph Ratzinger ficou até com o pescoço afundado.



Gervásio Pústula