terça-feira, 12 de julho de 2016

Desafio frio

                                     Desafio frio

O tempo não poupa a gente!
Nem da nossa decadência, lembranças, felicidades e assombros
Nos coloca assim a contragosto
Com o silêncio da nossa cabeça
Barulhento e esclarecedor que esclarece dores
Mas não as explica
Submergir desse mar abissal
Te traz a certeza de sobreviver a um naufrágio
Mas não há garantia de lugar pra donde andar seguro
E continuamos amando e seguindo a vida
Todas. Sem sentido de chegadas ou partidas

Com a única certeza que nascemos esculturas gigantes
Que vão se desgastando por um vento cósmico
De quando nascemos até nosso último instante
Uma espécie de morrer ao contrário

Um zumbido no ouvido que pode virar sons enlouquecedores
O silêncio da nossa cabeça pode ser gritos ensurdecedores
Causando danos irreparáveis capazes de nos redimir de uma vida tão barulhenta.
Pedro Guimarães

Um comentário:

  1. "uma espécie de morrer ao contrário" Muito bom, Pedro. Releio e a cada leitura uma nova "descoberta".

    ResponderExcluir