O homem é uma pintura em
preto e branco.
A mulher traz um colorido
explosivo de loucura em seus traços.
Pelo menos aqui nos
ocidentes, onde é dela a função do mimo e beleza.
Sedução pode ter preço alto,
perda do controle em si mesmo.
Tanto prazer traz culpa,
vazio, necessidade de preencher suas grutas com um novo ser.
Residente como maior força e
fra(n)queza nas deusas.
Ele com todo seu tom cinza
passa a procurar lugares etílicos e idílios com outr@s que não o perpetuem.
Tomado de sua tristeza
ancestral, do medo que lhe torna empreendedor, violento, calado, circunspeto.
Se faz capaz de alegrar tanto os que lhe
rodeiam na turba de orgias e, incapaz de um riso afetuoso ou espontâneo entre
os que prosseguem seu legado.
Vivendo uma melancolia silenciosa
e asfixiante impossibilitada de ser gritada ou chorada entalada, encalacrada,
na garganta.
Como resolver o convívio
destes? Criados desde o ínicio tão distantes para mais tarde definirem uma fase
adulta de votos e comunhão.
Ela continua ligando pra onde
ele perambula, na busca de um gole de alegria e autenticidade. Se obrigando a
aprender a mentir, quando se deita em leitos estranhos numa busca de menino
curioso.
Jurou a si mesmo nunca mais
levantar a mão, mesmo não entendendo o colorido das oscilações e acessos. Coisa
multicor da essência fêmea, de muito falar, o chorar, o riso, a observação
silenciosa especulativa, a vontade de morrer e viver concomitante o sangue
corrente mensal.
Seguem perdoando-se cada qual
a seu modo e por seu motivo próprio. Não foi esse o maior ensinamento do
Cristo? Perdoar! Mesmo que a dor suplante sua capacidade em ossos, carnes e
músculos?
Para assim quem sabe um dia seus rebentos consigam viver esse amor sem tantos perdões.
Pedro Guimarães
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