segunda-feira, 20 de junho de 2011

BISCATEAÇÃO

Todos devem se lembrar da praçinha, praçinha da matriz onde nossos pais e avós se conheceram e se  reconheceram ,na época do antigo “footing” onde as moças andavam no sentido horário e os rapazes no sentido anti-horário, para que homens e mulheres pudessem se ver e apreciarem-se, tudo caminhando para futuros enlaces, namoros, noivados - casamentos.
Como se prevê o protocolo dos bons modos e relacionamentos; mas nem tudo são flores, agora me refiro a certa cidade com menos de 100 mil habitantes, distante com praças espaçosas , arborizadas recheadas de jogos de dominó e xadrez para idosos aproveitadores de seu tempo diurno vespertino, aparentemente tranqüilos e desprovidos de maiores má intenções; se não levarmos em conta o que podem dizer e pensar esses velhos.
Um cenário de harmonia e acomodação de tudo que é belo; se não fosse por um único detalhe ,tais praçinhas ao cair da noite abrigavam uma horda de adolescentes, ninguém nunca soube explicar com quem começou ou porque?
 Principalmente a praça da matriz passou a abrigar esse grupo de jovens em tenra idade que se entregavam aos seus desejos mais obscuros e recônditos, oscilavam numa faixa etária de 12 a 17 anos, não iriam para rodovia e postos de beira de estrada, isso para os moldes daquele lugar era algo muito vulgar e desmedido.
Já a praça da matriz não. Era uma unanimidade, um lugar sacro-santo. Que mal haveria em jovens ficarem na praça de frente a igreja maior, até certa hora da noite?
E sem que ninguém notasse ou talvez até por uma tolerância perversa, os adultos faziam que não percebiam, ou permitiam este súbito deslize de suas crianças, pois até onde me consta ninguém cobrava nada(pelo menos mais do que já recebiam).
Assim esse grupinho de jovens pode apreciar as delícias do sexo, sem ficarem mau vistos ou mau afamados no lugar, para todos os efeitos mantinham vossa castidade. Entregavam-se à homens mais velhos, vendedores na sua grande maioria que sempre estavam ,hospedados de passagem e que nunca iriam revelar os segredos daquela patotinha faminta.  
As outras e iniciais incursões sexuais ao que tudo indicava ocorriam dentro de casa mesmo ,coisa que as famílias não revelavam, dessa forma estavam protegidos  e em segredo para poderem continuar a trilhar esse trajeto de pecadinhos secretos, tão necessários ao ser humano, principalmente quando se vive sob o controle de um lugar castrador e proibitivo.
Vendedores de remédios farmaceuticos, fornecedores de tecidos de magazines, negociadores de madeira derrubada e transportada ilegalmente para madeireiras,fornecedores de bebidas, representantes de oficinas de lingérie, gerentes de frigoríficos e toda sorte de machos sem vergonha, a serviço do capital, faziam os negócios circularem e o dinheiro se justificar naquela localidade, e por sua vez alimentavam desejos e fomes infanto-juvenis, quantas: Gretas, Marcinhas, Paulinhos, Vitinhos, Carolzinhas, Estelinhas, Ruizinhos,Caetanos, Lauras , Jorginhos e alguns que nem mais lembro.
Na sua generosidade adulta, esses novos caixeiros-viajantes, iniciavam e satisfizeram jovens de todos os segmentos: Biscatinhas, viadinhos, sapinhas e recém casad@s.
Ninguém foi denunciado por pedofilia, era um escambo fortuito, o forasteiro não depreciava a imagem dos joven local, e os jovens locais não taradificavam a imagem do forasteiro. Essa dinâmica durou muito tempo, e talvez até hoje esteja em prática.
Mas o que venho dizer neste momento é que: Todo mundo de certa forma sabia, e essa omissão nunca entenderei!
 Diferentemente da ruína do cinema, onde muitos evitavam passar até na calçada ,e que se alguém dissesse ter te visto de lá saindo, isso provavelmente acabaria em pancadaria.
A praça da matriz  não; era envolvida de uma bruma de misteriosa aceitação, como se uma nave pousasse, para fazer experimentos com todos aqueles adolescentes que por ali desavisada ou propositalmente andavam depois das oito da noite.
Entre a matriz e o hotel, alamedas em flor, troncos altos, rígidos , exuberantes, arbustos tão intrínsecos como pêlos pubianos.
Que lá foi capaz de criar duas sensações de seus antigos freqüentadores lembranças suspirantes e nostálgicas de uma época de ouro; ou de abjeções que a qualquer custo devam ser esquecidas.
PEDRÃO GUIMARÃES

2 comentários:

  1. É Pierri ,realmente ,aqule local (talvez por ser de origen indigena) guarda m FOGO ARDENTE ,em tods os seus habitentes ,talvez a agua é afrodisiaca,o talvez quem sabe,um onvênio tipo POMBAGIRA'S CARD,Sei la ma srealmente ali rola uma fornicação ,parece que o demônio escolheu aqule cidade para seu local predileto para veraneio...Mas , sem duvida é uma cidade magica ,s´tem loko..é um fato ,que nem a IGREJA universal vai dar jeito."uama xe pe raperana" TUPÃCITY..Todo dia ´dia de INDIO...MARCUS

    ResponderExcluir
  2. é isso mesmo toda a mágia estava ali hoje não sei mais, era uma cidade encantada belos tempo belos dias,mas hoje o povo de lá só pensam em ostentar coisas materiais.Mas mesmo assim alguns permanecem lá Zinho, marias, paulinhos,adilson e por ai a fora. mas a essencia ela jamais se perderá, valeu a pena hehe valeu a pena he somos todos caçadores de Ilusões!beijos Martinha da Pracinha ahahha.

    ResponderExcluir