quarta-feira, 27 de abril de 2011

MONSTRO

      O amor é um monstro, que segue solto como o dragão. Capaz de curar feridas de traumas antigos que, persistem sem cobrar as curas que processa.                                                                                                       
 Viver tem perigos deliciosamente literais e libertos. E essa liberdade nos aprisiona em nós mesmos. Quantas vezes somos aquilo que queremos? Tudo que sofre se transforma.
  E a beleza é de um monstro santificado. Em um campo onde a experiência é finita.
   Tão mais difícil é amar! Não o amor das novelas.Asséptico, facilitado vitrinoso. Descomplicado para fácil entendimento.
    Nenhum entendimento é simples!  Tudo que desmancha no ar  pode  não ser necessariamente sólido. Quem ama não  escolhe! Quem compra escolhe. E muitas vezes, não o melhor. Qual é o seu preço?
   Você ou tu, nesse grande mercado? Teu monstro consome o interior de suas esquizofrenias que já foram belezas. Nossas tristezas são risíveis sofrimentos invisíveis que agregam  felicidades  tortas. Conversando com o monstro do amor, afortunadas e absolutas, insistem determinando muitos de nossos passos.
     Nunca te tive e talvez por isso tenha te amado tanto.
    Nas areias encalacradas, nas paredes de uma rodoviária de um lugar do cerrado, percebi o calor fungar minhas narinas,  como na saída de um dragão, então desejei  tudo como um monstro destruidor e imperceptivelmente me monstrifiquei.
               
                     Pedrão Guimarães     

Um comentário:

  1. Belíssima Postagem Pedro Guimarães.
    Com toda a certeza posso dizer que ganhaste uma leitora diária. XD
    Parabéns.

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