sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O PAI...

Todo fim de ano, a coisa se repete. O papai barbudo do lado mais gelado do hemisfério norte povoa o imaginária dos miseráveis colonizados do cone sul com promessa de prosperidade consumista.
Como se uma divindade patriarcal, que precisa oprimir para garantir a autoria dos filhos daquelas(cadelas) com quem transa, tomasse de assalto toda nossa percepção e consciência. Vivemos o período mais quente do ano e mesmo assim decoramos nossas lojas e casas com flocos de neve, pinheiros e tudo que artificialmente lembre o Artico.
O pecado realmente esta do lado de baixo do equador? O que esta em cima? O que esta em baixo?
Talvez o dia que enfeitarmos nossas casas e lojas com bananeiras e coqueiros, para comemorar o nascimento de um salvador, teremos aprendido algo sobre nós mesmos.
E a matança dos bichos para as ceias? Mais violenta que todos os "ebós" feitos pela macumba durante o ano todo.Mas isso talvez aplaque a fúria desta divindade fálico-patriarcal, que inspira e move as compras, o PIB, o superavit e as projeções de lucro para o ano seguinte.
Esse mesmo pai adora a idéia de ter filho, pois um moleque é o continuador de sua virilidade e furnicação nas xóxotas alheias, para este pai as filhas são lindas até ainda não terem vida sexual, a partir do momento que ele pensa na possibilidade de alguém visitando sua filhinha,  odeia pensar todas as coisas(para ele) ,sujas feitas e fantasiadas com suas parceiras  e que agora  possam estar sendo feitas com sua filha ,e um estranho,mais jovem(geralmente),
Essa dor ajuda-o a resignar-se no sentido de caminhar para a velhice. Se bem que hoje em dia certos remédios prolongam a juventude sexual do homem.
Sem dores nem ressentimentos, venho aqui reverenciar a palavra Pai, forma de abordar carinhosa e respeitosamente desconhecidos na Bahia e em Cuba, e também forma indecente e íntima de se dirigir a um bom amante na hora em que se goza na mesma Cuba e Bahia. È isso aí Paiiiiiiiii.

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