sábado, 15 de julho de 2017

Medo!?!                     


Talvez por estar alterado tenha coragem de dizer o que falaria numa sobriedade casual.
Sinto medo, sempre fui medroso, intrépido e atrevido ao mesmo tempo.
Sinto medo que percamos o mínimo que sempre foi tão pouco.
A alegria boba que nos faz imitadores de uma Europa imposta ideal/irreal.

Tenho medo dos estados unidos virtuais.
De perder a alegria de falar sobre o sério irresponsavelmente com risilidades lúdicas,
Medo de só sentir medo.
Medo de não ter respostas absolutas neste momento de tantas falas concretas e obtusas.
Temo a morte de amigos ou de entes queridos.
Me perco entre o que ouço, falo e penso.
Assumo uma covardia horrorosamente cretina.
Tento não me render ao cansaço que insiste em me envelhecer.
Gosto de uma beleza que almejo na fragilidade do passar do tempo.
Conto ladrilhos e pedras nas calçadas com seus passantes, azulejos de paredes empoeiradas.
Sempre tive esse medo, quem sabe um dia me livre dele.
Faltam-me respostas e isso; Que já foi-me tão bom hoje me assusta.
Tenho medo da falta de respostas em mim e em tudo que vejo a minha volta.
Uma indiligente corrida pra lugar algum.
Talvez seja isso o sentido da vida!
Não sei de onde veio todo esse medo nesse instante.
Só sei que talvez esse frio, frio que já vivi tantos. Tenha sequestrado algo meu que não conheço.
Porém a música. A música! Mais uma vez me eleva e resgata a vontade, potência de vida que sempre foram minha marca.
Que nostalgia/saudade é essa de coisas que não lembro e que pouco me faz sentir mal.
Como se admitisse que o piano da música clássica me fizesse sentir menor.
Não respeito o som erudito embora alguns toques me toquem tanto a ponto de fazerem-me chorar. Se diminuem meus medos; Não são capazes em muitos momentos d'eu preferir tambores, cirandas e macumbinhas maravilhosas.
Continuo com todos os medos, que agora são muitos, não sei se esse medo já foi único.
Gostaria de conseguir instituir um teorema que elevasse o quê a matemática me excluiu, fazendo-me sentir menos inteligente. 
Será que construo meus medos que são tantos numa covardia geométrica que roubou meus olhos do sinuoso? Trazendo um senso que entorpece o olhar pro mar onde o mundo se abre como a genitália feminina na sua amplitude prum universo incapaz de se fechar.
Como todas coragens e medos que o pacífico mar, um dia nos revelou na sua agressividade magistralmente assustadora?
 Tenho muito medo por mais que ti queira bem, muito bem,  que em algum instante seja eu o objeto de sua violência e escárnio. 
Gostaria tanto, de pelo menos diminuir. Todo esse medo!
Pedro Guimarães.

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