quarta-feira, 14 de setembro de 2011

XiXi darwinista

  1.     Esta proibido fazer xixi em público em banheiro público!

          Parece uma contradição ilógica, ou uma frase mal construída, mas trata-se da mais pura realidade.
          Pelo menos em São Paulo. Dos banheiros públicos, foram tirados os cochos de urina e os urinóis coletivos.
           Em nome de que teria isso acontecido? 
Da globalização?
Da higiene?
Do fim do constrangimento dos que não são bem dotados?
Do fim do hiper-exibicionismo dos que são bem dotados?
Do apelo de alguma instituição religiosa?
Da caça ao demônio?
Da luta contra a pederastia?
Do fim dos atos obscenos em publico (pegação)?
Da moral e dos bons costumes?
Existe moral e bons costumes dentro de um banheiro público masculino?
             Ninguém pode culpar a cidade por tentar!
              Hoje todos estes antros (para alguns santuários), estão divididos em cabines individuais, seguindo a tendencia mundial de individualização cada vez maior de tudo a nossa volta.
               A ideia de civilização passa pelo principio de isolamento  cyber-burguês, usar um banheiro público tornou-se algo tão seguro e prazeroso quanto teclar sua internet no quadradozinho da sua lan-house, o dificil é saber onde se produz mais merda.
              Se bem que esta  medida excludente e proibitiva, acabou criando o seu proprio infortunio , os homens de rua foram os maiores favorecidos com essa compartimentalização dos banheiros, pois os quadradinhos acabam por lhe servirem também de lugar para dormir em sossego, no meio do "fedô", mais em sossego, isso mostra que o ser humano consegue driblar a própria adversidade humana e neste ponto reside o mais curioso desta ridícula farsa.
             Todo mundo se preocupa com o futuro do planeta sem abrir mão de seus confortos individualizados; mas as práticas individualizadas não aumentam  o consumo de água e luz por exemplo?
               De onde vamos tirar mais recursos da natureza do planeta para manter nossos aparelhos ligados e bidês funcionando.
                Faça o que digo mas não faça o que eu faço! Odiava ouvir isso quando criança. E hoje observo que este provérbio é a  grande máxima da terra, o véu da hipocrisia  cobre a decomposição que impulsiona o que chamamos de evolução.Até quando dois pesos e duas medidas.           
                Será que só conseguiremos mudar quando formos tomados de assalto por uma grande asfixia?
               Se não conseguimos nem mais mijar em público em banheiro público, como então criar desenvolvimento sem destruição?
                                                            Pedro Guimarães

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